Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) protocola aviso de greve nas bancadas patronais nesta segunda-feira, 9; trabalhadores cobram aumento real nos salários e renovação das CCTs
Os metalúrgicos da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) aprovaram estado de greve para pressionar as bancadas patronais por avanços nas negociações da Campanha Salarial 2023. A entidade protocola o aviso de greve nesta segunda-feira, 9.
Os sindicatos do ABC, Matão, Sorocaba e Taubaté realizaram assembleias gerais com a categoria na quinta e sexta-feira, dias 6 e 7, nas quais os trabalhadores aprovaram o estado de greve.
Até o momento, os empresários propõem apenas a reposição da inflação – acumulada em 4,06% – e aumento real que não chega a 1%. Os metalúrgicos cobram ao menos 2% de aumento acima do índice inflacionário, além da renovação das Convenções Coletivas de Trabalho.
Erick Silva, presidente da FEM-CUT/SP, destaca a importância do momento na Campanha Salarial 2023. “A Federação e os sindicatos filiados prezam sempre pelo diálogo, pela negociação, mas não vamos deixar de fazer a luta pela categoria e a greve é um instrumento legal para isso. Temos o compromisso de garantir a valorização dos metalúrgicos e metalúrgicas e vamos lutar até o fim para isso”.
Para Max Pinho, secretário-geral da entidade, os metalúrgicos no estado estão unidos e mobilizados para conquistar um bom acordo. “A categoria é quem garante a produção das empresas e consequentemente os seus lucros. Por isso, é fundamental que haja o reconhecimento por parte dos patrões para chegar a uma proposta com aumento real nos salários. Juntos, vamos mostrar para as bancadas patronais que temos mobilização para lutar pelos nossos direitos”.
A Campanha Salarial liderada pela FEM-CUT/SP abrange cerca de 190 mil trabalhadores em todo Estado de São Paulo. Outros 25 mil metalúrgicos estão nas montadoras, que realizam a negociação à parte.
Confira como foram as assembleias:
ABC (fotos Adonis Guerra)
‘Não dá para ser só o INPC! Todas as vezes que vamos negociar eles colocam uma série de dificuldades. Queremos 2% de aumento real, o que representa 50% do INPC do período, mais a aplicação da reposição da inflação. Após a entrega dos avisos de greve, caso não haja resposta dos patrões, vamos parar o ABC em busca do nosso aumento”, afirma Moisés Selerges, presidente dos Metalúrgicos do ABC.
MATÃO (Fotos: divulgação)
“Estamos na fase decisiva de nossas negociações. É fundamental a participação e união de todos os trabalhadores para que alcancemos bons resultados. Vamos unir forças e lutar para fechar acordos que reflitam ganhos econômicos, mas também maior proteção aos trabalhadores. Isso só acontece com a participação de todos nas assembleias, conversando com os companheiros e votando de forma consciente, respeitando sempre a decisão da maioria. Lembre-se: juntos somos mais fortes!”, Edna Francisco dos Santos, presidenta dos Metalúrgicos de Matão.
SOROCABA (Fotos: Foguinho)
“Diante dessa tendência anunciada, os sindicalistas se movimentaram para construir um cenário de mobilização, força e união já que, na visão deles, a proposta atual dos patrões representa descaso à pauta aprovada pela categoria. Assim como o exemplo que tivemos hoje na Tamboré, temos referência de resistência e luta. O compromisso deste Sindicato é na defesa dos direitos dessa categoria. Vamos fazer uma Campanha Salarial que faça reconhecer toda luta que travamos nos últimos sete anos”, Leandro Soares, presidente dos Metalúrgicos de Sorocaba.
TAUBATÉ (Foto: Samuel Martimiano e Guto Rezende)
“Nós estamos há praticamente 60 dias discutindo com a classe patronal e, infelizmente, eles vêm oferecer apenas o INPC para o trabalhador. Não existe a possibilidade de a classe trabalhadora sair sem aumento real nessa Campanha Salarial. Diante desse impasse e da intransigência da classe patronal ou dos patrões, nós, trabalhadores e trabalhadoras, somos obrigados a deflagrar o estado de greve para que eles possam entender e atender a nossa reivindicação”, Claudio Batista da Silva Junior (Claudião), presidente dos Metalúrgicos de Taubaté.