Priscila Passos, dirigente da FEM-CUT/SP, representou o Coletivo de Mulheres da entidade e abordou a importância de lutar pelos direitos das trabalhadoras.
As dirigentes sindicais fizeram uma importante manifestação no ato de lançamento da Campanha Salarial 2024, realizado pela Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) em Pindamonhangaba na última quinta-feira (6). A manifestação reuniu cerca de 2 mil trabalhadores.
Única presidente mulher entre as entidades sindicais filiadas à FEM-CUT/SP, Edna dos Santos, que preside o Sindicato dos Metalúrgicos de Matão, falou da necessidade de unidade para avanços nas negociações, lembrando sempre que sem trabalhador não existe empresa.
“Isso a gente só consegue com mobilização. Nós temos que mostrar para o patrão a importância que temos aqui dentro da empresa. A riqueza produzida dentro da fábrica vem das mãos de todos os trabalhadores e trabalhadoras. Então, é importante a unidade dos trabalhadores e das trabalhadoras para que possamos dar início à nossa Campanha Salarial”.
Outro ponto importante destacado pelas sindicalistas da FEM-CUT/SP é o fato de Edna ser uma mulher negra. Assim como ela, as trabalhadoras negras enfrentam ainda mais desafios na sociedade e no trabalho. “A luta das trabalhadoras precisa ser completa e entender que as questões raciais fazem parte desse processo é fundamental. O racismo e o preconceito precisam ser enfrentados em todos os espaços”, diz Edna.
A coordenadora do Coletivo Racial, Priscila Passos, representou o Coletivo de Mulheres da FEM-CUT/SP e enfatizou a importância da luta pelos direitos das trabalhadoras.
De acordo com a dirigente, as mulheres representam uma parcela considerável da categoria metalúrgica e precisam ser valorizadas. “Além das cláusulas econômicas, com nosso reajuste de salário, temos que garantir que as trabalhadoras estejam cobertas pelas cláusulas sociais para que tenhamos um trabalho digno”.
Priscila destacou, ainda, dois pontos que serão debatidos nas negociações da Campanha Salarial 2024: o primeiro é a garantia que, após o retorno da licença maternidade, a trabalhadora não tenha esse tempo descontado do plano de cargos e salários para a trabalhadora.
“Tem empresa que zera o tempo da trabalhadora quando ela sai de licença maternidade. Tudo que ela aprendeu e trabalhou, finda. E não, ela tem um histórico. Então, queremos garantir que ela seja avaliada como os outros trabalhadores”, informou Priscila.
O segundo ponto, de acordo com a sindicalista, é buscar ampliação das medidas de proteção para as mulheres vítimas de violência doméstica. “Queremos que as empresas também possam dar suporte para a trabalhadora nessa situação porque o ambiente de trabalho é muito importante para ela por uma questão de renda e de dignidade”.
Em algumas das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) negociadas pela FEM-CUT/SP constam cláusulas de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica. As negociações da entidade garantiam essas medidas nas CCTs da Fundição, Sindifupi, Siniem, Grupo 2 e Grupo 3. Priscila aponta que a luta é melhorar e ampliar o direito e abranger todas as trabalhadoras da base.
Confira o direito das trabalhadoras em caso de violência doméstica:
G3: 30 dias de licença remunerada
Siniem: 15 dias de licença não remunerada
Sindifupi: 15 dias de licença não remunerada
Fundição: 30 dias de licença remunerada
G2: Apoio, assistência social, orientação jurídica e afastamentos compensáveis