
Os quase 200 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo já tiveram uma desvalorização salarial de 9,15%. O resultado é calculado a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e leva em conta o período entre a última data-base da categoria, em setembro de 2021, e maio de 2022.
De acordo com levantamento da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), no mesmo período do ano passado, a data-base da categoria estava em 7,71%.
Para chegar ao INPC, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisa as variações de preços da cesta básica de consumo da população assalariada com os mais baixos rendimentos (famílias que recebem de um a cinco salários mínimos). O levantamento é feito em 10 regiões metropolitanas.
Divulgados nesta quinta-feira, 9, os dados apontam que o INPC teve um aumento de 0,45% em maio, quando comparado com abril. Em 12 meses o índice acumula alta de 11,90%. Os produtos alimentícios subiram 0,63% e os não alimentícios tiveram alta de 0,39%.
O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), Erick Silva, destaca que a situação é preocupante. “O que vemos é um cenário de crise, com a inflação fora de controle e isso faz com que tudo pese no bolso do trabalhador. Cada vez mais, as pessoas sofrem para garantir alimentos básicos, para comprar um botijão de gás ou para abastecer o carro. O fato é que tudo está muito caro e as perspectivas para os próximos meses não são animadoras”.

Para Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP, a responsabilidade do atual cenário é do governo Bolsonaro. “Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro nada fez pela classe trabalhadora. Muito pelo contrário, propôs medidas para retirar direitos, estimulou o desemprego e a informalidade, além de ser o primeiro presidente a deixar o salário mínimo valendo menos do que quando entrou. É uma política de morte que atinge diretamente os trabalhadores e, principalmente, a população mais pobre”.
Campanha Salarial
Com a data-base em alta, a Campanha Salarial 2022 entra na fase de negociações em breve. As bancadas patronais receberam a pauta de reivindicações na sexta-feira passada, dia 3. O documento foi entregue pela FEM-CUT-SP e pelos sindicatos filiados em solenidade que aconteceu em São Paulo.
“Queremos que as negociações tenham início o quanto antes e já propusemos um calendário de encontro com as bancadas. Lutamos pela valorização dos metalúrgicos, sempre buscando aumento real nos salários e garantindo a manutenção dos direitos através das Convenções Coletivas. Nosso compromisso sempre é buscar o melhor acordo possível que venha ao encontro das reivindicações da nossa categoria”, enfatiza Erick.

Max destaca que o período de negociação será de grande desafio. “As tratativas com os patrões nunca são fáceis e tendem a ter maior dificuldade quando temos um alto índice de inflação e uma situação de crise. Por isso, é fundamental o apoio dos trabalhadores e trabalhadoras para demonstrar nossa capacidade de mobilização e pressionar as bancadas patronais. Juntos, podemos sair de mais uma Campanha Salarial vitoriosa”.
Fonte: Imprensa SMetal