Metalúrgicos da base de FEM-CUT/SP iniciam as negociações da Campanha Salarial 2023 no próximo mês; categoria teve 4,05% de perdas com a inflação em nove meses

Dados apurados pelo Dieese, a partir do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que 93,7% dos reajustes salariais conquistados pelos metalúrgicos CUTistas nas campanhas salariais com data-base até o final de maio tiveram aumento real acima da inflação do período.
Segundo o cientista social e pesquisador do Dieese, Luís Augusto Ribeiro da Costa, os dados são muito positivos e há muito tempo que não se observam resultados tão favoráveis aos trabalhadores.
“Os fatores que explicam podem ser a queda consistente nos índices de inflação e uma possível retomada econômica em curso, expresso em alguns indicadores positivos, inclusive melhores do que o mercado esperava. Refiro-me especificamente ao crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2023”, explica o pesquisador
Para a economista da subseção Dieese da CNM/CUT, Renata Filgueiras, mantendo-se o cenário atual, a expectativa é de que os resultados nas campanhas salariais do segundo semestre sejam tão bons ou melhores que os apurados para os metalúrgicos cutistas no primeiro semestre. “Mas é importante destacar que é urgente que a taxa de juros caia no Brasil para que esse cenário positivo continue e melhore”, alerta a economista.

Campanha Salarial 2023 da FEM-CUT/SP
Os metalúrgicos da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) também já deram início à Campanha Salarial 2023. No último sábado, 17, os sindicatos filiados à entidade aprovaram o slogan, eixos e a pauta de reivindicações para este ano.
O documento, que será entregue para as bancadas patronais no início de julho, traz importantes pontos que visam a manutenção e ampliação dos direitos da categoria, além da valorização salarial.
Desde a última data-base, em setembro de 2022, os metalúrgicos acumulam 4,05% de perdas salariais, de acordo com cálculo do DIEESE. Nesse sentido, a Campanha Salarial 2023 tem como slogan “A Luta Continua pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários e da Democracia”.
A FEM-CUT/SP também definiu como eixos para Campanha Salarial 2023 os seguintes pontos: Reposição da Inflação; Aumento Real; Valorização dos Pisos Salariais; Valorização das Convenções Coletivas de Trabalho; Redução de Jornada e Redução dos Juros.
O presidente da Federação, Erick Silva, destaca o compromisso da entidade na Campanha Salarial 2023. “O Brasil, sob o comando do presidente Lula, começa a trilhar o caminho certo, que é o de investimentos e fortalecimento da economia. Isso já pode ser sentido em diversos aspectos, mas ainda temos um longo caminho para reconstruir tudo que foi destruído nos últimos anos. Vamos para mais uma Campanha Salarial com o compromisso de buscar a valorização da nossa categoria e ampliar os direitos. Afinal, a classe trabalhadora é a grande responsável por girar a economia brasileira”.
Erick enfatiza que a Federação vai buscar a valorização em todos os sentidos. “Temos diversos eixos na Campanha Salarial 2023 que serão colocados nas mesas de negociações. Para nós, é fundamental, por exemplo, que tenhamos avanços em relação aos pisos e tetos salariais. Isso faz grande diferença para os trabalhadores, para economia e é preciso o reconhecimento por parte dos empresários da importância desse tema”.
Outro ponto em destaque na Campanha Salarial 2023 é a redução de jornada, como aponta Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP. “Diversos países já estão adotando uma carga horária menor sem diminuir salários. Isto é perfeitamente possível e uma luta antiga das entidades sindicais do Brasil. Com a redução de jornada, temos a capacidade de ampliar a oferta de emprego e isso contribui muito para o crescimento e fortalecimento da economia. Vamos levar essa pauta para as mesas de negociação e lutar por mais esse avanço”.
Imprensa FEM-CUT/SP, com informação da CNM/CUT