Atos em 1º e 2 de agosto pedem imediata redução de juros, impeachment de Campos Neto, e defesa de política industrial, emprego, renda e direitos

A CNM/CUT, as federações filiadas e os sindicatos estaduais pelo país estão convocando mobilizações nos dias 1º e 2 de agosto contra os altos juros cobrados no país, pelo impeachment do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e em defesa de uma política industrial, emprego, salário e direitos iguais entre trabalhadores e trabalhadoras.
Serão feitas assembleias nas portas das fábricas, conversas com os trabalhadores nas entradas e saídas de turnos e no chão de fábrica, além da distribuição de informativos para conscientização dos metalúrgicos e metalúrgicas.
Segundo o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, essa mobilização é necessária para pressionar ainda mais o Banco Central contra a política de juros que prejudica a classe trabalhadora brasileira. A escolha das datas foi proposital, já que nos mesmos dias o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) fará mais uma reunião para definir a taxa básica de juros, a taxa Selic, que hoje está em 13,75%.
“Nós precisamos desenvolver esse país, precisamos derrubar a taxa de juros para que possamos ter uma política industrial onde exista investimento na produção e não apenas no sistema financeiro, na ciranda financeira”, afirmou o dirigente. “A taxa de juros precisa ser compatível com o futuro do Brasil, onde a produção da indústria, o trabalho decente, a renda, os direitos, possam ser conquistados a partir do desenvolvimento estratégico”, complementou.
Para o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), Erick Silva, essa luta precisa de ser toda sociedade. “Estamos no caminho da reconstrução do Brasil com o novo governo de Lula. Programas estão implantados, investimentos estão sendo feitos e os empregos novamente estão crescendo. Mas tudo perde a força com a taxa de juros no atual patamar, o poder de compra do trabalhador fica reduzido e a economia fica travada. Não podemos mais ficarmos reféns de Campos Neto, que joga contra o desenvolvimento do país. Vamos seguir firmes nessa mobilização apra acabar com essa política nefasta do Banco Central”.
Erick lembra que a direção da FEM-CUT/SP, junto da CNM/CUT, participou do ato de entrega do pedido de impeachment de Campos Neto, presidente do Banco Central (BC). O documento foi entregue ao Senado no início do mês por diversas lideranças sindicais (leia mais aqui).
Mulheres presentes
A secretária de Mulheres da CNM/CUT, Maria de Jesus, reforça que é importante que as metalúrgicas estejam presentes na luta contra os juros altos pois as mulheres são muito afetadas pelos efeitos perversos da Selic alta, como a queda no poder de compra, a dificuldade para conseguir empréstimo no banco e pagar compras parceladas e o desemprego.
“Agosto é um mês importante de lutas das trabalhadoras em todo o país onde teremos, por exemplo, a Marcha das Margaridas, e outras ações para reforçar a luta contra a violência de gênero e por mais igualdade. A alta taxa de juros influencia negativamente na economia e também é uma violência financeira contra as mulheres, por isso é essencial estar engajada nessa luta”, disse a sindicalista.
Maior juro real do mundo
Pela sexta vez consecutiva, o Brasil é o país com a maior taxa de juros reais do mundo, segundo levantamento feito pelo site MoneYou em junho, após a última reunião do Copom. Descontada a inflação, a taxa real brasileira é de 7,54%. O segundo lugar é o México, que tem taxa real de 5,94%.
A manutenção da taxa Selic em números elevados custa bilhões ao Brasil, que poderiam ser usados para investimento em setores importantes como saúde, educação, moradia, meio ambiente, desenvolvimento industrial, entre outros. Segundo dados do próprio Banco Central, a cada 1 ponto percentual da Selic mantido por 12 meses o país gasta cerca de R$ 43 bilhões a mais com a dívida bruta, que abrange o total dos passivos de responsabilidade do governos federal, além de estados e municípios.
Abaixo-assinado
No site Change.org, um abaixo-assinado digital pedindo a exoneração de Campos Neto do cargo de presidente do Banco Central já ultrapassou mais de 52 mil assinaturas. Para assinar a petição, entre no site: bit.ly/ForaCamposNeto
Com informações da CNM/CUT