Proposta do governo federal prevê investimentos de R$ 19 bilhões para o setor automotivo; entidade defende participação dos trabalhadores no debate
A direção da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) tem grande expectativa com o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que foi regulamentado esta semana pelo governo federal (leia mais aqui).
Para a entidade, a proposta tem grande importância para o desenvolvimento industrial do Brasil. “Nos últimos anos, tivemos uma verdadeira destruição do setor industrial brasileiro, resultando no aumento do desemprego. Com o Mover, vemos a retomada do setor que tanto buscávamos”, afirma Erick Silva, presidente da entidade.
O sindicalista completa, no entanto, que é preciso que o desenvolvimento do programa realmente beneficie a sociedade brasileira. “O resultado desse investimento tem que retornar para a classe trabalhadora, gerando emprego e distribuindo renda. Somente assim poderemos medir o acerto e o sucesso da iniciativa do governo”.
Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP, enfatiza que a entidade e os 13 sindicatos filiados buscam meios para acompanhar a implantação do programa no Estado de São Paulo.
“Nosso compromisso é garantir que os metalúrgicos da nossa base sintam, de modo positivo, o impacto do Move no estado, com melhoria nos empregos já existentes e com novos postos de trabalho. Para isso, é preciso que as empresas deem contrapartidas que sejam benéficas para a categoria. Enquanto Federação, vamos cobrar por isso e buscar que os trabalhadores estejam incluídos nesse debate”.
Presente na cerimônia de assinatura das portarias, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, também defendeu a participação da classe trabalhadora no debate.
“Nós, trabalhadores, também defendemos que com esse recurso sejam exigidas das empresas contrapartidas, porque esse investimento que o governo faz é a questão do dinheiro público, dos nossos impostos. Contrapartida para os trabalhadores, principalmente na questão que se refere a empregos. É importante os trabalhadores participarem dessa discussão”.