Gênero no setor metalúrgico – FEM/CUT-SP
O Brasil é um país marcado pela desigualdade de gênero, que permeia as relações sociais, definindo os espaços de mulheres e homens no mercado de trabalho, em todas as atividades e ocupações. Apesar de a população feminina ser maioria no Brasil, as mulheres enfrentam mais dificuldades de inserção e promoção no mercado de trabalho formal. A participação feminina no setor metalúrgico cresceu ao longo dos últimos 10 anos, porém onde há maior concentração feminina a diferença salarial é a maior.
Este boletim analisa a participação, concentração e diferença salarial das mulheres metalúrgicas, por sindicato, ocupação e grupo de negociação da base da FEM/CUT-SP.
A participação das mulheres no setor metalúrgico no Brasil cresceu ao longo de 10 anos, de acordo com os últimos dados do Ministério da Economia – RAIS 2020, atingiu o melhor resultado em 2014 com 19,1%, e em 2020 apresentou taxa de 18,4%. Como mostra o gráfico abaixo:
Na base da FEM/CUT-SP a participação das mulheres no setor metalúrgico também cresceu ao longo de 10 anos, de acordo com os últimos dados do Ministério da Economia – RAIS 2020, também atingiu o melhor resultado em 2014 com 17,5%, e em 2020 apresentou taxa de 16,6%, abaixo da taxa nacional
A diferença salarial, considerando a média de todas as ocupações e segmentos, entre homens e mulheres do setor metalúrgico na base da FEM/CUT-SP diminuiu ao longo dos 10 anos, no ano de 2020 comparado ao ano de 2019 essa diferença cresceu, e as mulheres metalúrgicas (R$3.482,87) ganhavam em média 24,7% a menos que os homens (4.623,74), como mostra o gráfico abaixo:
Observando por sindicato da base da FEM/CUT-SP a participação feminina é menor no sindicato de Matão (7,7%) e a maior no sindicato de Itu (25,9%), e a menor diferença salarial é no sindicato de Pindamonhangaba (-10,5%) e as maiores no sindicato de Gavião Peixoto (-35%) e Itu (-31,6%), como mostra a tabela abaixo:
Por ocupação as mulheres metalúrgicas da base da FEM/CUT-SP estão concentradas na área da produção (42,5%), na qual é a menor taxa de participação feminina (11,2%), e a diferença salarial é -38% comparado ao dos homens, como mostra a tabela abaixo:
Em relação aos grupos de negociação, a maior participação feminina é no Grupo 2 (20,6%), onde também é a maior concentração feminina (38,7%) com uma das maiores diferenças salariais (-29,1%), como mostra a tabela abaixo:
Caroline Gonçalves
Subseção DIEESE – FEM-CUT/SP