Volume de postos de trabalho na indústria já supera o que Taubaté registrava antes da saída da Ford e LG
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O Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) completa 64 anos de luta neste mês de agosto. A data é marcada por um cenário de retomada no setor industrial da cidade. O município recuperou o volume de empregos perdidos com o fim da produção na Ford e na LG. Segundo o último Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), relativo a junho, a cidade soma 18.427 trabalhadores na indústria. Esse número chegou a cair para 17.290 após a saída das empresas em 2021.
Antes da onda de desligamentos, o município contava com 18.231 pessoas no setor. A Ford anunciou em janeiro de 2021 que encerraria a produção no Brasil. Em abril, a LG também decidiu transferir as atividades do município. Os funcionários e o Sindmetau tentaram reverter a decisão das empresas. Mas as demissões acabaram ocorrendo ao longo de 2021, após acordos de indenização.
Com isso, a cidade registrou um saldo negativo de 816 vagas no setor ao final daquele ano, entre admissões e demissões. O encerramento de duas grandes produções teve impacto no nível de emprego. Taubaté encerrou 2021 com 17.290 trabalhadores ativos nas indústrias. A recuperação teve início em 2022, mas em ritmo lento. O saldo de empregos fechou o ano positivo em 255 vagas, número ainda insuficiente para recuperar o patamar anterior.
Agora, em 2023, o número de carteiras assinadas voltou a crescer de forma consistente. A indústria registrou saldo positivo em todos os meses do ano e está com saldo de 882 postos de trabalho. O resultado é quase 3,5 vezes maior do que no ano passado inteiro. Com isso, o nível de emprego no setor subiu para 18.427 trabalhadores, superando o que a cidade registrava antes do fechamento da Ford e LG (confira no infográfico abaixo).
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Renato José Paes de Barros Júnior é um dos trabalhadores que conseguiu retornar para a indústria após dois anos em busca de recolocação. Ele foi operador de máquinas na Ford Taubaté por 11 anos, até que a montadora decidiu encerrar as atividades no Brasil.
Em maio de 2023 conquistou uma vaga na Alstom, onde atua como montador. “Me cadastrei no site e fui chamado para fazer a prova no Senai. Após ser aprovado, fiz o curso e, posteriormente, fui chamado para trabalhar. O que é muito bom”, conta.
Acordos coletivos e medidas do Governo
Para o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião, dois fatores explicam a recuperação das vagas nas indústrias da cidade: acordos coletivos e medidas do Governo Federal.
“Os acordos firmados pelo Sindicato com as fábricas viabilizaram novos produtos e contratos. E as medidas tomadas pelo Governo Federal vêm mostrando que a indústria não será mais um setor secundário. Dessa forma, os empresários também sentem maior confiança em colocar em prática investimentos que estavam represados”, afirmou Claudião.
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Setor conta com novos produtos, contratos e fábricas
A retomada dos empregos na indústria em Taubaté é impulsionada por novos produtos, contratos e a chegada de novas fábricas. Outro aspecto positivo é a diversificação dos investimentos, com destaque para os segmentos automotivo, ferroviário, óleo e gás, aço e aeronáutico.
A Volkswagen, principal indústria da cidade, iniciou um novo ciclo de investimentos com a produção do Polo Track. A linha de montagem também deve receber um novo SUV compacto a partir de 2025.
A Alstom retomou as atividades em Taubaté, com produção de trens para atender os metrôs das cidades de São Paulo, Taipé (Taiwan) e Bucareste (Romênia). Outra fábrica em expansão é a OneSubsea, que conquistou novos contratos para equipamentos e estruturas submarinas.
As perspectivas de médio prazo também são positivas. A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) está em processo de instalação da Prada, divisão de embalagens do grupo, na antiga fábrica da Ford.
Já a Embraer anunciou recentemente que irá produzir o carro voador da empresa em Taubaté. O chamado eVTOL é um modelo de aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical para transporte urbano.
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Mais de seis décadas de luta com os trabalhadores
O Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região) se tornou representante oficial da categoria na cidade em 18 de agosto de 1959. Nesta data o Ministério do Trabalho assinou a carta sindical, reconhecendo a entidade.
Para o presidente do Sindmetau, Claudio Batista, o Claudião, a trajetória de lutas vitoriosas da entidade se deve ao empenho e responsabilidade dos dirigentes, além do envolvimento dos trabalhadores e trabalhadoras. “Nesses 64 anos, o Sindmetau evoluiu, mostrando a importância do movimento sindical na busca por melhores condições de trabalho e também ampliando o seu papel social junto à sociedade.”
A carta sindical, assinada pelo Ministério do Trabalho em 1959, transformou a Associação Profissional no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Taubaté como representante da categoria.
Dois anos depois, em 1961, o Sindmetau inaugura a sede própria, onde funciona até os dias atuais. Outro passo importante para o Sindicato foi sua filiação em 1996 à CUT (Central Única dos Trabalhadores). Em 2007, o Sindicato implantou os CSEs (Comitê Sindical de Empresa), com representações sindicais nas principais indústrias da cidade.
Essa organização nas fábricas está em fase de evolução. Em 2019, foi criado o primeiro SUR (Sistema Único de Representação) de Taubaté, implantado na Volkswagen.
Da Imprensa Sindmetau