Iniciativa Global de Liderança Trabalhista reuniu 22 líderes sindicais de 17 países para debater estratégias de fortalecimento da democracia através do avanço de direitos dos trabalhadores
*Da Redação CNM-CUT
Dezenas de líderes sindicais de todo o mundo se reuniram no início de fevereiro em Washington, capital dos Estados Unidos, para discutir o papel dos sindicatos na liderança da mudança social e seus papéis no enfrentamento das múltiplas crises globais, incluindo o fortalecimento da democracia plena através do exercício e avanço dos direitos trabalhistas. A CNM/CUT, cumprindo seu papel político e democrático, esteve presente.
O evento faz parte da Iniciativa Global de Liderança Trabalhista (conhecida pela sigla GLLI), promovida pela organização Solidarity Center, em parceria com o Instituto do Trabalhador da Universidade de Cornell, centro educacional tradicionalmente ligado às questões dos trabalhadores em solo estadunidense.
Um total de 22 líderes sindicais de 17 países passaram dois dias discutindo a construção de movimentos, a economia de plataforma e estratégias para lidar com problemas internos e mútuos que afetam os trabalhadores. Em seguida, o grupo se juntou a mais de 70 líderes trabalhistas e de movimentos sociais dos Estados Unidos e Canadá por mais dois dias, na iniciativa “Encontrando o momento: como os sindicatos podem maximizar o impacto e o poder em uma época de crescente polarização e mudança?” no qual compartilharam estratégias sobre como os sindicatos podem intensificar os esforços para defender e promover os direitos dos trabalhadores.
Representando a CNM/CUT nestes encontros, o secretário de Relações Internacionais da entidade, Maicon Michel Vasconcelos, explicou que a Iniciativa Global de Liderança Trabalhista surgiu a partir de um projeto de formação de líderes do movimento sindical e social dos Estados Unidos há dez anos. “Para se ter uma ideia, cerca de 80% dos presidentes de sindicatos estadunidenses são formados nesta iniciativa, que tinha um cunho apenas local”, disse.
A partir da iniciativa em solo norte-americano, foram criados projetos para formação de lideranças continentais, até que se chegou a um formato global de desenvolvimento de lideranças sociais.
Mais agendas em Washington
Além da iniciativa de formação de líderes sindicais, Maicon participou de agendas com membros do governo dos Estados Unidos. Primeiro ele se encontrou com um representante do departamento de estado do país, abordando o acordo de trabalho decente fechado em outubro do ano passado entre os presidentes Lula e Joe Biden.
Na sequência, o encontro foi com o subsecretário de Trabalho dos Estados Unidos, abordando o momento político do governo Lula.
“Falamos sobre a retomada de um programa de industrialização nacional, o Nova Indústria Brasil, a valorização do salário mínimo, o retorno dos programas sociais, a melhoria da economia interna em pouco tempo – que fez o país voltar a ser uma das dez maiores economias do mundo, além de conversar sobre os desafios futuros que o país terá para se manter no rumo do desenvolvimento”, afirmou o sindicalista.
Maicon também se encontrou com presidentes de sindicatos estadunidenses, como o sindicato do setor de alimentação, o UAW (United Auto Workers) e USW (United Steelworkers) – ligados aos metalúrgicos e trabalhadores nas montadoras. “Pudemos conversar sobre a eletrificação veicular, a relação do Brasil com a China e os Brics, o G20, a reforma trabalhista e previdenciária que o nosso país teve há poucos anos”, finalizou.
* Com informações do site do Solidarity Center