Faixa de Gaza foi fortemente atingida no domingo, 14, um dia após atos em todo mundo pelo fim do conflito
*Com informações da Rede Brasil Atual
Enquanto o mundo se uniu, no sábado, 13, pelo fim dos ataques ao povo palestino, Israel voltou a usar tanques e aviões para atingir o sul e o centro de Gaza no domingo, 14. Em 100 dias de conflito, ao menos 24 mil pessoas morreram.
No Brasil, movimentos sindicais e sociais, entre eles a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), que ajudou na mobilização, estiveram na Avenida Paulista para o Dia Mundial de Ação por Gaza, com o objetivo de denunciar a violência de Israel contra a Palestina e pedir por cessar-fogo no território.
Para Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP, é absurdo que Israel continue negando o cessar-fogo. “O que acontece atualmente na Faixa de Gaza é um verdadeiro genocídio. Milhares de vidas palestinas, inclusive de crianças, estão sendo exterminadas diante dos olhos do mundo e isso não pode seguir dessa maneira. Nós vamos seguir denunciando esse crime e cobrando das autoridades de todo mundo que se empenhem cada dia mais para acabar com o conflito”.
Ataques e mortos
Com tanques e aviões, Israel atingiu alvos no sul e no centro de Gaza neste domingo (14), data em que o conflito completa 100 dias e o número de mortos chega perto de 24 mil. Em algumas áreas houve tiroteios. Segundo agências internacionais, as comunicações e os serviços de internet foram interrompidos pelo terceiro dia consecutivo, prejudicando o trabalho das equipes de salvamento, que tentam ajudar as vítimas nas regiões de combate.
Os alvos dos ataques se concentraram na cidade de Khan Younis, ao sul, onde o Hamas disse que seus combatentes atingiram um tanque israelense. E também em Al-Bureij e Al Maghazi, região central de Gaza. Ali, segundo o exército israelense, há muitos mortos porque suas forças destruíram vários locais usados pelo Hamas para disparar foguetes contra Israel.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, nas últimas 24 horas 125 pessoas foram mortas e 265 ficaram feridas. Com isso, subiu para perto de 24 mil o número total de mortos. Já os feridos passam de 60.000 mil.
Segundo as Forças Armadas israelenses a guerra passou para uma nova fase, com foco no extremo sul do território, onde estão abrigadas quase 2 milhões de pessoas em acomodações temporárias. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou os apelos por um cessar-fogo, dizendo que Israel continuará os ataques até alcançar a vitória completa sobre o Hamas. Os militares afirmam, no entanto, que a próxima fase da guerra terá operações mais direcionadas aos líderes e às posições militares do movimento.
Israel segue contra todos os apelos de cessar-fogo
Há combates também na fronteira norte de Israel com o Líbano, contra combatentes do grupo Hezbollah, apoiada pelo Irã. Segundo os israelenses, vários mísseis antitanque foram disparados contra o norte de Israel, atingindo uma casa na comunidade de Kfar Yuval. Uma pessoa morreu e outras ficaram feridas.
Os pesados ataques israelense a Gaza tiveram início em 7 de outubro, em resposta a uma ação do grupo armado Hamas, que matou 1.400 israelenses, além de sequestrar cerca de 50 pessoas. A violência dos israelenses contra Gaza tem sido criticada internacionalmente, com diversos pedidos de cessar-fogo. Com o fracasso de medidas nesse sentido na ONU, onde os EUA, aliado de Israel, tem poder de veto, os países tentam outras iniciativas.
A África do Sul, com apoio de diversos países, inclusive o Brasil, ingressou com denúncia contra Israel por prática genocida na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda. O julgamento, que pede também o cessar-fogo imediato, já teve início. Neste sábado (13), manifestações em diversas partes do mundo, também na cidade de São Paulo, pediram o fim da guerra.