A direção da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) criticou a manutenção dos juros no atual patamar e pede a saída de Campos Neto do Banco Central
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (27) pelo Banco Central, informa que a “avaliação predominante” manifestada durante a última reunião foi de uma expectativa de maior confiança para uma queda da taxa de juros a partir de agosto. A reunião do Copom ocorreu nos dias 20 e 21.
O Copom manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, sob a justificativa de que “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. A taxa está nesse nível desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017.
A direção da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) criticou a manutenção dos juros no atual patamar. “Campos Neto, uma indicação de Bolsonaro, continua atrasando a retomada do desenvolvimento econômico. Tudo que o governo Lula está construindo poderia ter um impacto mais positivo para a população se os juros estivessem mais baixos. Não é cabível manter a taxa nesse patamar e a irresponsabilidade do Copom pesa no bolso dos brasileiros. Não podemos deixar o Brasil nas mãos dessa gente que não quer o progresso”, afirmou Erick Silva, presidente da FEM-CUT/SP (LEIA MAIS AQUI).
Desde o dia 26 de junho, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), demais centrais sindicais e movimento populares têm pressionado, nas ruas e nas redes, a diminuição da taxa de juros e pela saída de Campos Neto do Banco Central. A direção da FEM-CUT/SP está participando das ações (LEIA MAIS AQUI).
De acordo com o documento divulgado nesta terça-feira, “a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.
A ata informa ainda que os membros do comitê foram unânimes na ponderação de que os passos futuros da política monetária dependerão de fatores relativos à evolução, expectativas e projeções da inflação.
Na avaliação manifestada pelo comitê, a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, o que, segundo o comitê, torna necessário manter “cautela e parcimônia” visando o cumprimento das metas, tendo, na manutenção da taxa da Selic, ferramenta “adequada para assegurar a convergência da inflação”.