Encontro de dirigentes da CNM/CUT com a ABINEE debateu diagnóstico do setor e construção de mesa tripartite com governo e trabalhadores
Na tarde desta terça-feira (8) a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) entregou para a direção da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) um documento com 21 diretrizes para valorização do setor eletroeletrônico no país. O texto foi elaborado em conjunto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM), DIEESE e técnicos ligados à indústria. O secretário-geral da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), Max Pinho, participou do encontro.
As diretrizes do texto partem do Plano Indústria 10+, proposta do movimento sindical para elaboração de políticas, programas e ações relativos à indústria nacional e que já vem sendo debatida pela sociedade nos últimos anos, e também incluem um diagnóstico focado do setor eletroeletrônico, que hoje enfrenta uma batalha dura contra a importação de produtos estrangeiros.
“Fizemos uma reunião com a ABINEE, o que é algo inédito para a CNM/CUT pois ainda não havíamos conversado com esse setor patronal, e esse encontro serviu para abrir um canal de diálogo entre empresários e trabalhadores”, afirmou a secretária de Políticas Sociais da CNM/CUT, Kelly Galhardo, que faz parte da coordenação do segmento eletroeletrônico da entidade.
“Precisamos entender como se organiza esse setor, que é muito complexo em sua cadeia de produção, e assim pensar em como ter uma política focada para o eletroeletrônico, assim como já temos conversas com a ABIMAQ, por exemplo. Então a intenção é buscar os pontos comuns para ambos os lados e criar um grupo de trabalho tripartite, entre trabalhadores, empresários e governo, para pensar no futuro”, completou a dirigente.
Trabalhadores fazem parte do processo
Segundo o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, que esteve na reunião com a entidade patronal, a pauta trazida do encontro será levada para a reunião que a Confederação terá com membros do governo federal no início da segunda quinzena de agosto.
“É preciso deixar muito claro que os trabalhadores precisam estar presentes na agenda da retomada da indústria nacional, então as articulações que nós estamos fazendo em outros setores junto ao governo federal e parlamentares, nós pretendemos fazer também no setor eletroeletrônico”, disse Loricardo.
Para Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP, apesar da Federação já ter relação com a ABINNE nas negociações das Campanhas Salariais, o encontro é importante para construção de uma pauta em comum na defesa do setor.
“Não adianta cada entidade apresentar propostas individualmente para o governo, precisamos de objetivos e propósitos em comum, que sejam benéficos para todos, fortalecendo a indústria e gerando emprego para classe trabalhadora. Juntos, temos mais força e condições de construir políticas pública para todos. Um primeiro passo foi dado, com objetivos alçados nessa primeira reunião. Agora é seguir na construção de um grupo tripartite, envolvendo também representantes do governo”.
Valorização da produção nacional
Um dos locais mais atingidos pela entrada de importação de eletroeletrônicos, o Polo Industrial de Manaus foi um dos temas debatidos no encontro com a ABINEE. Na avaliação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, a reunião foi proveitosa e serviu para aparar as arestas existentes entre o setor patronal e os trabalhadores.
“Hoje o Polo Industrial emprega mais de 100 mil trabalhadores, mas sofremos muito com a importação indiscriminada. Várias empresas deixaram de produzir produtos no país por conta da importação. Nós precisamos implementar uma política de estado para o setor eletroeletrônico que valorize a produção nacional”, opinou Valdemir.
Com informações da Redação da CMN-CUT