Encontro dos dirigentes da Federação Estadual dos Metalúrgicos aconteceu na manhã desta quarta-feira, 31, em São Bernardo do Campo, e contou com representantes de sindicatos filiados e instituições de pesquisa
A direção da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) realizou a primeira reunião preparatória da Campanha Salarial 2023. O encontro dos sindicalistas aconteceu na manhã desta quarta-feira, 31, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e contou com a presença de representantes dos sindicatos filiados à entidade no estado e de instituições como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID – Brasil).
O ponta pé inicial na Campanha Salarial de 2023 vem com base no 9° Congresso da FEM-CUT/SP, realizado em abril desse ano, quando foi aprovado o plano de lutas da Federação, que aponta elementos importantes para as negociações da Campanha Salarial 2023.
O presidente da entidade, Erick Silva, enfatiza que, apesar da vitória dos trabalhadores com a eleição de Lula, o momento ainda é delicado. “Estivemos em Brasília para algumas agendas com representantes do governo federal, para reforçar pautas importantes para a classe trabalhadora, e o sentimento que temos é da necessidade de continuar a luta pelos nossos direitos. Ainda temos um Congresso conservador e sofremos com a alta dos juros, que dificulta as negociações e traz grandes desafios para a Campanha Salarial”.
Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP, explica que o encontro dessa quarta-feira foi fundamental para definir diretrizes e dar organicidade para o processo de negociação deste ano. “Até o próximo dia 17, quando teremos a plenária Estatutária, iremos definir o slogan, tema, eixos e a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2023. O momento é muito importante para a Federação, sindicatos e para toda categoria na busca dos direitos e da valorização salarial. Temos o compromisso de lutar pelos reajustes nos salários dos metalúrgicos e pela renovação e ampliação das cláusulas das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs)”.
Data-base 2023
A data-base dos metalúrgicos da FEM-CUT/SP está acumulada em 3,67%. O número representa as perdas salarias da categoria desde a última negociação, finalizada em setembro de 2022, e leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
No mesmo período do ano passado – entre os meses de setembro e abril – as perdas dos metalúrgicos com a inflação somavam 8,66%.
Para o vice-presidente da Federação, Claudio Batista da Silva Júnior será preciso muita mobilização da categoria em mais uma Campanha Salarial. “O trabalho de base continua sendo fundamental, nossa luta precisa ser sempre por avanços. O movimento sindical tem que ser ator nessa batalha para afazer a correlação de forças para garantir as conquistas em prol da categoria”.
Pautas das trabalhadoras
Um dos pontos definidos na reunião desta quarta-feira, 31, foi a realização de um encontro das mulheres metalúrgicas, que será promovido pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da FEM-CUT/SP, comandada por Ceres Ronquim.
“Temos importantes direitos para metalúrgicas estabelecidos nas nossas Convenções Coletivas de Trabalho, mas sempre buscamos mais avanços. A mulher trabalhadora tem pautas específicas que precisam ser debatidas e levadas para as negociações e esse é nosso principal objetivo”, esclarece Ceres.
Campanha Salarial 2022
No ano passado, o trabalho da FEM-CUT/SP garantiu 9% de reajuste salarial, além da renovação das cláusulas das Convenções Coletivas de Trabalho, beneficiando mais de 150 mil metalúrgicos e metalúrgicas da base da entidade em todo estado.
“Mesmo com todas as adversidades e com os retrocessos impostos pelo governo Bolsonaro, a Federação foi firme nas negociações e contou com uma categoria unida, que garantiu o resultado vitorioso. Mesmo com a mudança de governo, negociar com o patrão nunca é fácil, mas estamos sempre dispostos à luta pelos metalúrgicos e metalúrgicas”, aponta Adilson Faustino (Carpinha), tesoureiro a entidade.