Federação Estadual dos Metalúrgicos defende que a taxa básica de juros esteja abaixo dos 10% para garantir a retomada da economia brasileira
A pressão dos movimentos sindicais e sociais deram resultado e a Selic teve uma nova redução. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou na noite desta quarta-feira (13), a queda da taxa básica de juros de 12,25% para 11,75% ao ano.
O patamar que chega a Selic com o corte é o menor desde março de 2022. Ainda o Brasil continua a segunda taxa de juros real mais alta do mundo, de 6,11%, de acordo com o Money You.
A redução, apesar de comemorada pelos movimentos que pressionam o Banco Central, ainda é considerada insuficiente porque a taxa Selic influencia todas as outras taxas brasileiras e, com isso, no atual patamar, faz com que empréstimos, financiamentos e investimentos fiquem mais caros.
Para o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos, Erick Silva, é preciso que a Selic esteja abaixo de dois dígitos. “O governo Lula tem se mostrado empenhado em controlar a inflação e, principalmente, aposta na reconstrução do Brasil com a retomada de importantes programas sociais e investimentos que fazem a economia do país se movimentar positivamente. E para que essa retoma seja plena, precisamos de juros menores. Só assim o país vai crescer, gerando emprego e renda para o povo brasileiro”.
Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP, destaca que a luta com a alta dos juros foi um dos temas da Campanha Salarial. “Fizemos disso uma bandeira para que os ganhos da categoria metalúrgica com as negociações da Campanha Salarial não fossem minimizados. A classe trabalhadora não pode ser aquela que tanto contribui com a economia do país e ser, ao mesmo tempo, a que mais sofre com os juros altos”, enfatiza.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT Brasil) também critica o atual patamar da Selic. “Mesmo com as reduções desde agosto, o Brasil continua apresentando a maior taxa de juros reais do mundo, por conta desse processo lento de redução que, nada mais é que mais um boicote à economia e à qualidade de vida de todos nós. O fato é que o Banco Central fez com que o Brasil se tornasse o país com a maior taxa de juros reais (resultado da Selic menos a inflação), o que prejudica extremamente o desempenho da economia, consequentemente dificultando a criação de empregos, além de aumentar o endividamento das famílias e do Estado”, explica Juvandia Moreira, vice-presidente da entidade.