Um grupo de trabalho será montado para estudar as propostas. Projeto de incentivos fiscais foi encaminhado pela administração de Rio Grande da Serra para atrair empresas
Durante dois dias, sindicalistas, empresários, representantes do poder público e de universidades pensaram juntos formas de desenvolver o potencial industrial das duas cidades conhecidas por seus mananciais. Na quarta-feira, 24, o debate foi realizado na Faculdade de Ribeirão Pires e ontem no Teatro Municipal de Rio Grande da Serra.
Para embasar a discussão, a subseção do Dieese apresentou dados detalhados sobre a situação da indústria na região. A prefeitura de Rio Grande expôs uma análise sobre a Lei Específica da Billings e as possibilidades de expansão.
A iniciativa de reunir todas essas esferas em um Seminário partiu dos Metalúrgicos do ABC que identificaram possibilidades de crescimento nos municípios, conforme explicou o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos.
“Aqui na nossa região as empresas são muito pulverizadas. Diante desse cenário, conversando com os trabalhadores, percebemos que eles gostam muito de morar aqui, mas questionam o porquê da não geração de emprego”.
“Por que não trazer essas empresas para cá se têm vários lugares que estão ociosos? Por que não chamar poder público e empresários para discutir? Foi assim que surgiu a ideia de montarmos esse Seminário. Queremos uma região com a questão ambiental forte, mas também com uma indústria forte que gere empregos de qualidade, para isso precisamos trabalhar juntos. Este Seminário é o pontapé inicial para essa política que queremos desenvolver”, detalhou.
O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, destacou a necessidade de conhecer as especificidades dos municípios para trabalhar seus potenciais. “Nossa intenção é justamente privilegiar essas duas cidades, entender a importância que elas têm no ABC e conhecer quais são as carências e as oportunidades que elas oferecem”.
O presidente também lembrou as imposições da legislação para a concessão de licenças e o caso da empresa Dura Automotive que ameaçou deixar Rio Grande no início deste ano.
“Nós precisamos, a partir de um estudo elaborado, verificar as oportunidades que existem no mercado e aí sim disponibilizar recursos para atrair empresas que se encaixem nos padrões ambientais exigidos”.
Sequência do trabalho
No primeiro dia de Seminário grupos de trabalhos foram montados para avaliar os pontos fortes e fracos das cidades. Entre as forças destacadas estão logística com fluidez e acesso fácil ao porto e ao Rodoanel e a população jovem. As principais fraquezas identificadas foram área de manancial e falta de política industrial.
Agora, conforme explicou o diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, será montado junto com o poder público novos grupos para estudar todo o material que foi levantado. “Vamos nos debruçar nesse material para aí sim encaminhar compromisso, política pública, ações que cabem aos municípios e, se for o caso, chamar outros atores que não estavam nessa discussão, por exemplo a Cetesb que foi muito citada”.
A prefeitura de Rio Grande da Serra já encaminhou à Câmara dos vereadores da cidade um projeto de incentivos fiscais para atrair empresas e gerar empregos.
Agência de notícias da FEM-CUT/SP
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