Delegadas e delegados acompanharam uma análise da conjuntura nacional
Durante o segundo dia do 9º Congresso da FEM-CUT/SP – “Metalúrgicas e Metalúrgicos na Luta Pela Reconstrução dos Direitos, da Democracia e da Soberania Nacional” foi realizada a mesa “100 dias de governo Lula e os desafios do Brasil”. A atividade que analisou a conjuntura nacional foi mediada por Claudio Batista da Silva Junior (Claudião), do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, e Daniangela Sueli de Souza, do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu, e teve como palestrante o diretor adjunto de relações sindicais do DIEESE, José Silvestre Prado de Oliveira.
Claudião destacou a importância da mobilização social para dar sustentação ao governo Lula. “A disputa ideológica no Congresso é muito grande e, apesar da habilidade política do presidente, não será fácil governar. Por isso, precisamos de muita luta, de muita mobilização para avançarmos nos direitos”.
José Silvestre também enfatizou a necessidade de união da categoria metalúrgica para que Lula coloque em prática importantes ações de reconstrução do Brasil. “O desafio do governo será constituir uma base parlamentar que dê segurança para aprovar os projetos”, disse.
O economista apresentou um panorama do cenário político e econômico do país e as principais propostas apresentadas pelo governo federal neste início de mandato. Segundo ele, a retomada de políticas dos dois primeiros mandatos de Lula, como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos e a valorização do salário mínimo, por exemplo, são importantes porque foram programas exitosos.
No entanto, ele alerta que é preciso analisar essa retomada com cautela. “A retomada dessas políticas tem efeito positivo na economia. Mas isso por si só não sustenta, não garante um crescimento da economia mais sustentável a médio prazo”. Segundo ele, outras medidas precisam ser tomadas pelo governo para garantir o crescimento da economia. “Se não tiver a redução da taxa de juros, se a proposta de arcabouço fiscal não for mudada, acredito que tenhamos condições de um crescimento consistente. Principalmente na taxa de juros, se a redução não acontecer em breve, o ano de 2024 já estará comprometido”.
Por fim, ele falou da importância da retomada da política industrial. “O presidente está pensando e a gente espera que ele faça o que fez no passado, com a valorização da indústria nacional”.




Fotos: Adonis Guerra