Para dirigente do SMetal, esse fenômeno é reflexo da queda do desemprego e baixa valorização dos trabalhadores por parte das fábricas
*Gabriela Guedes/Imprensa SMetal
Entre janeiro e junho, cerca de 31,1% dos desligamentos na base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) foram a pedido do trabalhador, segundo dados do Caged.
Na avaliação do secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, esse fenômeno é resultado da queda do desemprego, combinado à baixa valorização dos trabalhadores por parte de algumas empresas.
“Por isso, reforçamos que nesta Campanha Salarial, o aumento real nos salários e a renovação de cláusulas sociais que ampliam direitos é fundamental para valorizar o trabalhador e reter talentos”, afirma o dirigente.
Do total de desligamentos a pedido, cerca de 73,3% foram realizados por trabalhadores com Ensino Médio completo ou Superior incompleto, número que sobe para 91,4% do total se somados aos trabalhadores com ensino Superior completo.
“Esse perfil educacional sugere a hipótese de que os trabalhadores mais qualificados podem estar se demitindo voluntariamente devido ao surgimento de outras oportunidades mais vantajosas no mercado de trabalho, seja por serem mais condizentes com as qualificações do trabalhador ou por oferecerem melhores remunerações e melhores condições de trabalho”, explica o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) subseção Sorocaba, Felipe Duarte.
Mais empregos
O saldo de empregos gerados com carteira assinada no país cresceu 29% em junho, em comparação com o mesmo mês de 2023. Foram mais de 201 mil novos postos de trabalho criados. No caso da indústria, foram criadas 32 mil vagas neste período.
Entre janeiro e junho de 2024, a base do SMetal registrou a criação de 1.239 vagas de emprego. Além disso, na cidade, o número de pessoas com carteira assinada bateu recorde em maio, alcançando 233.719 trabalhadores. Os dados são da RAIS de 2022 ajustados pelo Caged até junho de 2024.
“Se há mais vagas de emprego, o trabalhador vai sempre buscar aquele que o valoriza, que possui mais benefícios e direitos”, ressalta Silvio.
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Campanha Salarial 2024
Faltando menos de um mês para a data-base da categoria metalúrgica do estado de São Paulo, no dia 1º de setembro, cerca de 20 reuniões de negociações foram realizadas entre a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) e os grupos patronais.
Com o slogan “Unidade e luta: vamos conquistar a nossa parte!”, os eixos definidos para a Campanha Salarial deste ano são: valorização das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), reposição da inflação, aumento real, valorização dos pisos salariais, redução de jornada sem redução de salário e redução dos juros.
Em julho, o SMetal realizou uma reunião com representantes de empresas para apresentar o cenário econômico atual, que na opinião do Sindicato favorece a possibilidade de aumento real nos salários.
Além disso, a FEM-CUT/SP realizou um encontro dos sindicatos que representa, na sede do SMetal, para planejar os próximos passos da Campanha Salarial deste ano. O objetivo da Federação é garantir a assinatura das CCTs ainda em agosto.