Ato contará com a participação de lideranças políticas, de parte do elenco e de Maria Fernandes Marighella, neta do guerrilheiro que lutou contra a ditadura
O Sindicato exibe hoje, 3, o filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura, que retrata os últimos anos de vida do deputado, escritor e guerrilheiro, considerado inimigo número um da ditatura militar, um dos principais organizadores da luta pela democracia.
A atividade aberta ao público mediante apresentação de comprovante de vacinação contra a Covid-19 – respeitando os limites de capacidade da Sede – terá início às 17h e contará com a participação do ex-presidente Lula, Fernando Haddad e outras lideranças políticas, além de parte do elenco.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, convidou a categoria a participar e lembrou que essa é uma celebração à democracia e em reverência a todos que lutaram por direitos e pela liberdade.
“Não existe democracia ou construção da cidadania sem conhecer a história, sem reverenciar aqueles que lutaram pela democracia e pelos direitos hoje conquistados pela classe trabalhadora e pela sociedade”.
“Marighella representa um desses companheiros que se insurgiram contra a ditadura, contra o golpe militar, contra aqueles que queriam impedir que, de fato, vivêssemos uma democracia. Contra interesses que não eram do cidadão comum ou dos que pretendiam construir sua vida sob a proteção de um Estado que lhe garantisse esses direitos”.
O presidente lembrou ainda que a democracia é um valor da humanidade, não de governos, instituições econômicas ou oligopólios, mas sim do cidadão.
“É por isso que exibiremos o filme, porque ele retrata o período em que pessoas corajosas se insurgiram para defender os direitos que temos hoje. É neste sentido que, convidamos companheiros e companheiras que queiram reverenciar não só este companheiro, mas todos os anônimos, inclusive muitos metalúrgicos e metalúrgicas que lutaram pelo direto de estarmos aqui falando e escrevendo livremente, pela democracia plena que vai muito além de poder escolher um representante”.
A exibição do filme se dará na antevéspera do aniversário de Carlos Marighella, nascido em 5 de dezembro de 1911 em Salvador (BA).

FILME CENSURADO
O longa-metragem, que conta a história de Carlos Marighella (1911-1969), teve sua estreia cancelada no Brasil em 2019. Era o primeiro ano do governo Bolsonaro e o longa, que deveria entrar em cartaz em 20 de novembro daquele ano, marcando os 50 anos da morte do protagonista e o Dia da Consciência Negra, ficou durante dois anos sem data de estreia.
Naquele momento o filme já era exibido em festivais de cinema em todo o mundo e tinha acabado de ser aplaudido no Festival de Berlim. No Brasil, Bolsonaro ameaçava colocar um “filtro”, na Ancine (Agência Nacional do Cinema), como condição para não extingui-la.
A estreia no Brasil só ocorreu no início do mês passado. O filme está em cartaz nas principais salas de cinema do país, sendo o mais visto desde o início da pandemia.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC