Em comunicado à população, oposicionista Juan Guaidó disse ter apoio das Forças Armadas da Venezuela para derrubar governo de Maduro e é desmentido
São Paulo – Após o autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, anunciar que sairia à ruas do país nesta terça-feira (30) para dar início à fase final da chamada “Operação Liberdade”, dizendo ainda contar com a apoio de militares para anular o mandato do presidente Nicolás Maduro, autoridades do governo e brasileiras repudiaram a convocação de Guaidó, considerando-a como uma tentativa de “golpe de estado”.
Dentre as ações de provocação, os militares libertaram o líder da oposição venezuelana Leopoldo López, que cumpria pena de 13 anos de prisão domiciliar, acusado de incitação à violência. Após a saída, López reuniu-se com Guaidó numa base militar não especificada.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, no entanto, rechaçou a sublevação dos militares e a tentativa de golpe de Guaidó. Pelo Twitter, ele afirmou que as Forças Armadas da Venezuela se mantêm em defesa da Constituição do país. “Todas as unidades militares espalhadas nas oito Regiões de Defesa Integral reportam normalidade em seus quartéis e bases militares, sob o comando de seus comandantes naturais”, declarou.
Também pelo Twitter, o presidente da Bolívia, Evo Morales, mostrou apoio a Maduro afirmando a ação como um ímpeto da direita da Venezuela. “Condenamos energicamente a tentativa de golpe de Estado na Venezuela, por parte da direita que é submissa aos interesses estrangeiros”.
Desde que se autodeclarou chefe de estado do país, Guaidó tenta se aproximar das forças militares que sustentam o presidente Maduro, consideradas fundamentais para manutenção do poder no país latino. Mas, em comunicado à população, Guaidó disse já contar com apoio da Guarda. “Povo da Venezuela, vamos à rua. Força Armada Nacional a continuar a implantação até que consolidemos o fim da usurpação que já é irreversível”, anunciou pelas redes sociais.
O suposto apoio, no entanto, foi desmentido pelo porta-voz do governo, o ministro de Comunicação Jorge Rodriguez. “Nós chamamos o povo para ficar alerta, junto com as gloriosas Forças Armadas Bolivarianas, para derrotar a tentativa de golpe e preservar a paz. Nós vamos ganhar”, afirmou o Rodriguez.
De acordo com reportagem da Fórum, Maduro reuniu forças chavistas para resistir à tentativa de Guaidó, afirmando ainda que as principais unidades das Forças Armadas estariam ao lado do governo e que apenas um pequeno grupo teria se alinhado aos oposicionista.
A situação já vem repercutindo pelo mundo e configura nos trends toppics. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) também usou do Twitter para qualificar a mobilização da oposição como uma tentativa de golpe contra Maduro.
“É muito grave o que está acontecendo na Venezuela e tem nome: tentativa de golpe de estado. Com toda certeza Guaidó partiu para o tudo ou nada porque tem na retaguarda os EUA e sabemos que Trump é capaz de qualquer coisa para se apossar das maiores reservas de petróleo do mundo”, avaliou o parlamentar sobre o jogo de forças instalado sobre o país.
Agência de notícias da FEM-CUT/SP
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