Perícias médicas, saúde do trabalhador e outros assuntos fizeram parte da pauta levada ao ministro da Previdência. Houve também articulação pelas frentes do aço e da redução da jornada de trabalho em Brasília
*Redação CNM/CUT
Os metalúrgicos da CUT se reuniram na última terça-feira (11), em Brasília, com o ministro da Previdência Social do Governo Federal, Carlos Lupi, para conversar sobre as dificuldades que a categoria enfrenta em relação às perícias médicas, além de tratar sobre outros temas que envolvem a pasta de Previdência Social.
Foi levado ao ministro o caso da empresa Tupy, multinacional que desenvolve e produz componentes estruturais em ferro fundido, que possui uma planta com cerca de 9 mil trabalhadores em Joinville (SC), e tem como um dos seus maiores acionistas o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Os representantes dos trabalhadores na Tupy mostraram ao ministro a preocupação com o ambiente insalubre de trabalho no setor de fundição, que acaba elevando o número de acidente e doenças de trabalho, com jornadas de trabalho inadequadas a quem está no chão de fábrica.
“É preciso que quem tenha poder de decisão na Tupy possa levar à direção da empresa que adote medidas para garantir um ambiente mais seguro e também condições de trabalho melhores para os trabalhadores e trabalhadoras na fundição”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville, Rodolfo de Ramos, metalúrgico na multinacional.
Para o secretário dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da CUT Nacional, Ari Aloraldo Nascimento, que esteve presente no encontro com o ministro da Previdência, a conversa com Carlos Lupi representa um início de processo de negociação. “Ficou acordado que será criada uma mesa específica para tratar da Tupy, em Joinville, e fazer uma rodada de conversa com algumas pessoas que podem nos ajudar a resolver o problema dos companheiros e companheiras”.
Perícias médicas
Em relação às perícias médicas, os sindicalistas trataram de alguns problemas enfrentados na categoria como empresas que não querem fazer a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), junto ao ministério da Previdência, e, na sequência, enviam o trabalhador com 20 dias de atestado para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), deixando o trabalhador em um limbo de dois meses até fazer a perícia médica ao Instituto e ele fica sem receber salário da empresa e do INSS.
“Pontuamos alguns problemas que existem na nossa categoria para ver se a gente consegue pelo menos minimizar o impacto aos trabalhadores, que adoecem na fábrica e quando precisarem desse benefício muitos tem dificuldade”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adriano Souza Filippetto.
O ministro da Previdência Social disse que a pasta está implantando um novo sistema que vai reduzir o tempo de perícia e reduzir o tempo até o ganho de benefício, já que os problemas relatados pelos metalúrgicos ocorrem em outras categorias.
Aço e redução da jornada de trabalho
Além da Previdência Social, os sindicalistas debateram em Brasília a pauta dos bens de capital com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e intensificaram as conversas para outras pautas já encaminhadas em Brasília, como a busca de assinaturas para a criação da Frente Parlamentar da Indústria e Trabalho do Aço, e para a Frente Parlamentar Pela Redução da Jornada de Trabalho.
“Foram agendas importantes, onde articulamos a pauta da categoria que já estava em andamento e outras novas”, resumiu o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.