O ano de 2021 foi marcado pela continuação da pandemia e incertezas econômicas. As previsões de crescimento do PIB variaram de 3% a 5,2% ao longo de 2021, e pelas últimas expectativas do mercado no início de 2022, o PIB de 2021 cresceu cerca de 4,4% (ainda não temos o último dado para o fechamento de 2021 divulgado pelo IBGE). Isso não significa que a economia alavancou, pois a base de comparação com 2020, quando houve grande queda, torna os dados distorcidos. A produção física industrial variou entre os setores, e embora tenha apresentado resultado de crescimento em 5,0% acumulado em 12, em novembro (último dado do IBGE) houve queda de 0,2% comparado a outubro. A produção de veículos, segundo a Anfavea, fechou o ano de 2021 com crescimento de 11%, porém em números absolutos voltamos ao nível de produção de 2015/2016.
Outros elementos que marcaram o ano foram: a elevação da taxa de juros chegando a 10,75%, o que dificultou os investimentos e créditos; a inflação alta (10,6% IPCA) encareceu do custo de vida; dificultou as negociações salariais por todo o Brasil; piorou os rendimentos dos trabalhadores; empobreceu a população e aumentou a desigualdade e fome. Embora os dados do Caged terem apontado a criação de mais de 2,7 milhões de empregos formais a taxa de desemprego continuou alta.
Além do cenário de incertezas e de uma economia estagnada sem projeto de desenvolvimento, a desindustrialização no país e no Estado de São Paulo continua sendo um grande desafio a ser enfrentado pelo movimento sindical nos próximos anos, de acordo com os dados da CNI, a participação da indústria de transformação no PIB passou de 15% em 2010 para 11,2% em 2020.
As expectativas para o ano de 2022 não são boas diante de um ano de eleição, a previsão média de mercado é de crescimento de 0,36% para o PIB. A inflação que, embora não deva repetir os mesmos 10% em que está agora, continuará alta acima da meta e os juros amargos provavelmente acima dos 11% ao longo do ano, encarecendo o crédito, espantando os investimentos das empresas e deixando a economia mais desaquecida. Será mais um ano de muita luta e união para a classe trabalhadora.
Caroline Gonçalves
Subseção DIEESE – FEM-CUT/SP