Bancadas patronais querem parcelar o reajuste e representantes dos trabalhadores negam
A FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos) e dirigentes dos 13 sindicatos filiados seguem com as negociações da Campanha Salarial 2022. Já foram realizadas reuniões com as bancadas patronais do G.2, G.3, G8.3, Siniem, Sindratar e Sifesp.

Nas reuniões de negociação, como ocorreu no ano passado, os empresários estão repetindo as propostas de parcelamento do reajuste salarial dos metalúrgicos, além do congelamento nos pisos e tetos salariais.
Erick Silva, presidente da FEM-CUT/SP, enfatiza que a entidade e os sindicatos filiados estão reagindo a essa tentativa das bancadas patronais. “O parcelamento do reajuste salarial e o congelamento dos pisos e tetos não é o melhor caminho para um acordo. Os metalúrgicos merecem a valorização pelo importante papel que desempenham para a produção das empresas. Não aceitamos nada menos que um reajuste integral a partir de 1º de setembro”.
Erick completa que é preciso muito empenho da categoria nesse momento. “As negociações ficam mais acirradas à medida que se aproxima da nossa data-base. Por isso, os metalúrgicos de todo estado precisam estar junto com seus sindicatos e com a FEM, unidos e mobilizados, para garantirmos uma Campanha Salarial vitoriosa como nos outros anos”.
Mesmo com manobra do governo, Inflação segue alta
Até o momento, em 11 meses, a data-base da categoria tem 9,16% de inflação acumulada. O cálculo leva em consideração o Índice Nacional dos Preços ao Consumidor (INPC), que é medido pelo IBGE.
O INPC registrou queda de -0,60% em julho, puxada principalmente pelas medidas eleitoreiras do presidente Jair Bolsonaro em relação aos preços dos combustíveis. Ainda assim, o grupo de alimentos e bebidas, que é o maior consumo do trabalhador, subiu 1,31% no mês passado.
O secretário-geral da Federação, Max Pinho, aponta que tais medidas não estão surtindo efeito na vida da classe trabalhadora. “Bolsonaro está desesperado com as pesquisas e com a proximidade das eleições, por isso tenta enganar com medidas eleitoreiras. O que ele tem feito visa melhorar sua imagem, mas são ações imediatistas e com prazo para acabar. E, ainda assim, o custo de vida continua pesando no bolso dos trabalhadores”.
Max destaca o alto índice acumulado até o momento para a data-base de 2022. “Mesmo com a deflação do mês passado, temos 9,16% de perdas nos nossos salários e os preços, principalmente dos alimentos, continuam subindo consideravelmente. Ou seja, continuamos pagando o preço desse desgoverno que não pensa na sociedade brasileira e, por isso, precisamos ir firmes em busca de um reajuste digno, que garanta dinheiro no bolso dos metalúrgicos”.
Campanha Salarial sofre reflexo de medidas do governo
O tesoureiro da Federação, Adilson Faustino, conhecido como “Carpinha”, lembra da importância das eleições de 2022 para toda classe trabalhadora. “Não podemos mais ter quatro anos de Bolsonaro, de desvalorização do nosso dinheiro, de ataques aos direitos trabalhistas e à democracia. É nosso compromisso eleger parlamentares e executivos comprometidos com os trabalhadores e com a recuperação do Brasil”, diz ele.
Mobilização dos metalúrgicos em todo o Estado
A partir desta quinta-feira, 11, as metalúrgicas e metalúrgicos vão receber o Jornal da FEM, com um panorama das negociações da Campanha Salarial 2022, para fortalecer a unidade da categoria em todo o Estado de São Paulo.



Fonte: Imprensa SMetal e Comunicação FEM-CUT/SP